História
No início de tudo, Dyos e Nyos, os deuses irmãos, vagavam pelo universo, criando e destruindo mundos ao seu bel prazer. Há uma eternidade, Dyos se deparou com um planeta que despertou sua curiosidade. Aquela não era uma de suas criações, e não trazia os mesmos ares de algo feito por Nyos. Neste mundo, o deus encontrou um misterioso aro, com inúmeras essências armazenadas. Estarrecido, percebeu que dentre elas estavam a sua própria e a de seu irmão. Oras, os irmãos eram onipotentes e acreditavam ser únicos em meio à vastidão. Quem teria poder para criar algo assim? Como absorveram fragmentos de essências, tão numerosas e de seres tão fortes? Mais importante: com que propósito?
Intrigado e abalado, o deus se estabeleceu ali por milênios para estudar o artefato. Nesse meio tempo, criou o mundo como sonhava, vívido e fulgurante, batizando-o de Eyrda. Criou seus três filhos – Tytan, Illyfue e Vyda – e os incumbiu de trazer a vida e proteger àquele lugar. O planeta se desenvolveu, mas logo Nyos tomou ciência da criação de seu irmão. Temendo a aproximação do outro deus, Dyos partiu para a imensidão do universo para poupar a todos de sua destruição.
A partida não evitou que Nyos chegasse a Eyrda – pior, não impediu que ele encontrasse o aro cósmico. Indignado com as dúvidas que surgiram diante deste artefato enigmático, o deus deixou Mylvada, seu filho, para que ele acabasse com as criações de Dyos e pudesse assegurar tudo para si – seja lá o que fosse. Em seguida, partiu atrás de seu irmão, acreditando que ele teria as respostas às dúvidas que o afligiam.
As guerras que se seguiram deixaram profundas feridas. Ao custo do sacrifício dos deuses, Mylvada foi aprisionado, mas a alegria radiante de Eyrda foi maculada para sempre. As cicatrizes deixadas por eras de guerras tornaram seus povos seres desconfiados e austeros, e mesmo aqueles nascidos após o fim das guerras sentem em seu âmago que caminham para a perdição. Um mundo sem deuses é como uma lua minguante: pouco a pouco seu brilho morre, e a decadência começa a corroer tudo, gradativamente.
Conscientes deste fim, os heróis mais talentosos buscam desesperadamente se tornar o ser mais forte entre o céu e a terra. Alguns desejam o poder supremo para proteger seu povo, outros, para dominá-los – mas todos têm um mesmo objetivo: ocupar o lugar deixado pelos deuses e reverter a decadência de Eyrda.
Esta é a solução, ou mera arrogância dos mortais em desespero?
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